Mais um capítulo escrito com chá gelado, silêncio e saudade
Hoje passei algumas boas horas em um café aqui perto de casa. Só eu, meu computador e um biscoito que não estava nos planos, mas acabou vindo junto. O chá gelado ajudou a pensar. Não pela sede, mas porque às vezes é bom ter algo fresco nas mãos enquanto a cabeça tenta organizar o que sente.
Esse capítulo não foi fácil. Fiquei voltando sempre à mesma pergunta: quem a gente se torna quando deixa para trás tudo o que era familiar? O que acontece com a nossa identidade quando precisamos nos traduzir o tempo todo? Não só nas palavras, mas também nos gestos, nos silêncios e na forma de cuidar dos nossos filhos?
Tenho pensado muito em como essas mudanças não são exclusivas da parentalidade. Elas acontecem com qualquer pessoa que decide — ou precisa — reconstruir a vida em outro país. Gente que sente, que cuida, que recomeça mesmo sem mapa.
Esse capítulo tenta abraçar isso. Os pedaços silenciosos. As entrelinhas que não aparecem nos guias nem nas colunas de conselhos. Aquele lugar onde identidade, pertencimento e cuidado se misturam no cotidiano.
Talvez você também já tenha sentido algo assim, do seu jeito. Se for o caso, acho que a gente se entende.